14 de dezembro de 2010

A soberba procede a queda

Sejamos realistas: nem deu pra saída.

O sonho do Internacional em Abu Dhabi acabou muito antes do que todos esperavam.
E talvez seja exatamente este o problema: excesso de confiança. Dos jogadores, torcedores, da imprensa, de todos.
Um dos papéis de quem se prepara há cinco meses para lutar por um título mundial é exatamente lutar contra as próprias fraquezas humanas, dentre elas soberba e excesso de confiança.
Enfim, não perder por tão pouco algo pelo qual se lutou tanto.
Mas pelo que se viu em campo, ninguém vai me convencer – ninguém – de que o Inter entrou 100% concentrado na partida contra o desconhecido Mazembe, da África. Era natural que não entrasse, humano até.
Faltou prever que algo poderia não ir tão bem quanto o esperado. Como confessou Rafael Sóbis em entrevista franca após o jogo, “você nunca pensa que isso (a derrota) possa acontecer”…
E o Inter perdeu porque jogou menos do que poderia. Com exceção dos primeiros minutos do jogo, até levar o gol o colorado dava a impressão de atuar com o subconsciente lhe avisando que ganharia a qualquer momento, quando bem entendesse.
O problema é que não se pode brincar com o destino e dar sopa para o azar num jogo tão importante.
Quando os africanos pularam à frente, tardiamente Celso Roth e seus jogadores devem ter se lembrado que o valente time Africano já havia surpreendido o Pachuca. E só aí, desconfiaram que a surpresa contra os mexicanos talvez não tivesse sido apenas acidente.
Todos fomos lembrados de que futebol ainda é jogado por dois times. Sim, vai continuar tendo favorito e zebra, mas isso não dá a ninguém vitória por antecipação.
O Mazembe, zebra da vez, jogou de igual pra igual, teve menos a bola e finalizou menos. Mas tocou bem, teve mais goleiro, mais tranquilidade e mais eficiência no ataque.
O Inter até deu a impressão de que poderia ter reagido. Mas a eliminação está longe de representar qualquer injustiça, dessas comuns em futebol. Não respeitar e negar mérito ao adversário seria apenas prolongar a soberba.
Na bagagem colorada, que vai voltar recheada de frustração, parece ter faltado, na ida, um ítem tão indispensável quanto o passaporte: humildade.

Tchau prá vocês!!!

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